100$00
Esta passou-se já lá vão muitos anos. Mas continua um pouco actual. É uma estória de uma comissão que acha que as bandas não têm mais nada que fazer do que andar a fazer de gaiteiro pelos becos, montes e vales a fora. Lembro-me de uma vez que tivemos de ir por um carreirito, em filas de um (isso é que era uma bandona, com 40 filas!) para tocar em frente a um cemitério. Até podia ser uma boa ideia fazer uma homenagem aos falecidos, só que esse tipo de serviço faz-se com a presença dos vivos, e ali só estavam os músicos, o maestro, o director da banda (que nada têm a ver com a terra) e um elemento da comissão de festas… Bem, lá ia a velhinha FP, já fartinhos de andar para trás e para diante, quando chegam ao final do lugar… pensavam eles.
“ – Agora – diz o lazarento do festeiro – temos de ir àquela caja ali em xima!” – e apontava para uma casa edificada no cimo de um monte, a cerca de
“ – O quê? Já viu a distância?”
“ – É que, xe num formos lá, o xenhor num dá a ejmola…” – avisa o desmiolado.
“ – E quanto é que ele ofereceu?” – indaga o velho Pleno.
“ – Xem excudos…” – equivale a uns 20 euros actuais…
De repente, o Maestro saca da carteira e puxa uma nota de cem:
“ – Tome. – e, virando-se para os músicos, disse: – Meus senhores, voltemos para trás!”
E assim se safaram de mais uma canseira…