Filarmónica Pampilhosense

Filarmónica Pampilhosense
Pampilhosa - Mealhada

terça-feira, dezembro 11, 2007

Estórias de partir a campânula a rir! – XV

Ai os dedos!

No início dos anos de 1980 surgiu o embrião daquela que é hoje sobejamente conhecida por RCPfm, a rádio regional sediada na Pampilhosa. Teve o seu primeiro estúdio na Casa Quinhentista (Sede do GEDEPA). Penso que foi numa altura de obras de restauro na Sede da FP que esta passou a fazer os ensaios na Casa Quinhentista. Ora havia uma peça que tinha uma pancada no prato com a maceta do bombo. O Manuel d’Almeida, bombeiro (porque tocava o bombo, esclareça-se), pai do nosso amigo Lelo, mandava então a porrada no prato, só que, desta vez, naquele ensaio, pregou uma macetada na mão do Xico Fura (o pratilheiro de serviço naquela altura), que ele até viu estrelas! No ensaio seguinte, os responsáveis pela rádio resolveram fazer uma gravação da banda. Até aí tudo bem, mas chega a vez da dita peça, e quando chegaram à parte da macetada (antecedia-lhe apenas um trráu da caixa), o Xico exclama bem alto: “- Cuidado com os dedos!!” Ficou lá gravado.

segunda-feira, novembro 26, 2007

Santa Cecília perpetuada na Filarmónica Pampilhosense

Foi numa discreta mas significativa cerimónia, ocorrida na passada quinta-feira, que a imagem de Santa Cecília foi descerrada no Salão de Festas da Filarmónica Pampilhosense. O evento ocorreu precisamente no dia 22 de Novembro, dia da Padroeira da Música, dos Músicos e da Harmonia.

A imagem, oferecida pelo casal pampilhosense Marlene Lindo e Vítor Marques, foi colocada na parede frontal do edifício, no interior do Salão, local onde normalmente acontecem os ensaios da Banda, bem como outros eventos musicais.

Marlene Lindo, nas breves palavras que proferiu, realçou a vida de mártir da Santa, bem como o facto de os músicos do século XV logo terem adoptado Santa Cecília para sua padroeira.

Historicamente não há referências que indiquem dotes particulares de musicalidade de Cecília. Sabe-se, contudo, que era uma jovem patrícia muito culta, pertencendo a uma das mais ilustres famílias de Roma, pelo que, tendo recebido esmerada educação, a prática da música ser-lhe-ia habitual, tocando, provavelmente, algum instrumento mais consentâneo com a sua feminilidade, como a harpa, a lira ou o saltério, pois o órgão, com que tão frequentemente é representada, era ainda um instrumento grosseiro e pouco difundido.

Casada contra a sua vontade, desde cedo conseguiu que o seu marido, Valeriano, também adorasse a Deus, convertendo-o, portanto, ao Cristianismo, em detrimento dos deuses romanos.

Colocada perante a alternativa de sacrificar aos deuses de Roma ou a morrer, não hesitou e dispôs-se ao sacrifício. Quando, durante os interrogatórios, o prefeito Almáquio lhe lembrava ter sobre ela direito de vida e de morte, respondeu: "É falso, porque podes dar-me a morte, mas não me podes dar a vida."

Almáquio condenou-a a morrer asfixiada por vapor mas, como Cecília sobreviveu a esse suplício, ordenou que lhe cortassem a cabeça. O carrasco, por imperícia ou por ter vacilado ante a serenidade angélica da condenada, depois de três golpes sucessivos, não chegou a decepar a formosa cabeça, deixando a mártir em dolorosa agonia.

Só passados três dias exalou o último suspiro, e todos quantos haviam presenciado o modo sublime como aceitara tamanha provação, convertidos por tal exemplo à mesma fé, suplicavam a sua intercessão para que, na hora suprema, tivessem o mesmo valor e heroísmo por ela demonstrados, mesmo nas maiores angústias.

Nas "Actas" do martírio de Santa Cecília, que se crê tenha ocorrido no ano de 230, lê-se:

Enquanto ressoavam os órgãos, a Virgem Santa Cecília, no íntimo da sua mente, só a Deus se dirigia e cantava: "Permiti, Senhor, que o meu coração e o meu corpo permaneçam imaculados", tradução da frase original assim iniciada: "Cantantibus organis Caecilia Domino decantabat dicens...". Tomando falsamente a palavra "organis" (designação sumária de instrumento) por órgão, os pintores já no século XV a fantasiavam tangendo-o como acompanhador dos seus piedosos cânticos.

Feita deste modo a primeira iconografia, nada mais natural do que os músicos logo a tenham escolhido para sua protectora.

No século XVI constituíram-se em Paris e em Roma as primeiras associações da classe musical sob a égide de Santa Cecília. Em Inglaterra instituiu-se um concurso anual, premiado pela Corte, dando origem à criação de Odes literárias e musicais a ela consagradas por compositores tão ilustres como Henry Purcell, Haendel e, mais recentemente, Benjamim Britten.

Embora se encontrem referências mais remotas, o primeiro estatuto da Irmandade de Santa Cecília em Portugal data de 1603.

A Banda, que antecipou o seu ensaio (normalmente efectuado à sexta-feira), apresentou às cerca de quarenta pessoas presentes algumas das novas peças que tem vindo a trabalhar para a nova época, finalizando com alguma pompa o evento, que, embora especial, não foi inédito, pois o mesmo aconteceu com São Marçal, cuja imagem foi oferecida pelo mesmo casal à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Pampilhosa, que acolheu de bom grado a efígie do seu padroeiro.

sexta-feira, novembro 16, 2007

Estórias de partir a campânula a rir! – XIV

A queda

Foi em 1993 que o instrumentário da FP foi totalmente renovado. Já não era sem tempo! É claro que actualmente muitos dos instrumentos que vieram naquele ano ainda estão ao uso, no entanto é pena que não sejam de superior qualidade. “Musica Steyr Austria” é a marca de quase todos. Bom, o que interessa é que eles vinham num brinquinho, todos brilhantes, amarelo fosco, muito lindos. Nessa altura eu tocava num saxofone com dois registos, digno de um museu! Houve até um desfile para apresentação à população da categoria de instrumentário! E concerto! Que luxo! Entretanto, primeira saída. O Sr. Tavares, músico que foi desta banda, leva o trombone para o coro da Igreja para ninguém estragar pois é um instrumento de luxo! Lá em cima, para protecção, havia uma balaustrada de madeira que, para efeitos de decoração, estava coberta por lindas mantas bordadas com cenas de Cristo. O Sr. Tavares, cheio de cuidado, tenta colocar o trombone em cima do murinho que suportava a balaustrada, encostado à manta. Azar. Com o peso, o lado de dentro da manta passa para o lado de fora, indo o trombone espalhar-se no meio do chão da Igreja, quase acertando numa senhora que circulava! E ele, passado, fica a olhar lá para baixo durante um tempo até que resolve ir buscá-lo. O que vale é que o trombone só ficou com uma mossa na campânula. Bom, e mais qualquer coisinha, mas pronto.

terça-feira, novembro 13, 2007

Mas que pobreza é esta?
Já ninguém liga ao blogue, ninguém escreve aqui nada?
Tanta coisa interessante para falar, tipo sei lá não sei, tipo aquilo que tipo n sei. xD
E o nosso magusto na sexta-feira passada?!

Bah, que post tão pobre :p


BALI*MAN xD

sexta-feira, setembro 21, 2007

Encerramento da época

Agora que estamos no encerramento de mais uma época, e quando passa praticamente um ano desde que tomei o lugar deixado pelo nosso saudoso Mestre Manuel Pleno, gostaria de tecer algumas considerações no respeitante a este espaço de tempo:

Aos Músicos:

Espero sinceramente que o meu trabalho esteja a ser do agrado de todos. Eu sei que a experiência era pouca aquando da minha subida à “peanha”, mas consigo perceber que essa experiência foi aumentando pouco a pouco. Espero que, se o trabalho desenvolvido não é o esperado, que me digam, dando alternativas, propondo outros métodos de trabalho, apresentando sugestões. Por fim, espero também que a vossa assiduidade continue como até agora, pois só com assiduidade e trabalho conseguiremos elevar a Filarmónica Pampilhosense aos patamares mais altos.

Começaremos a “época baixa” trabalhando novo repertório, para, se possível, apresentarmos num Concerto de Ano Novo. Espero que tenham sempre vontade de sair de casa todas as frias noites de sexta-feira para vir ao ensaio. O esforço será recompensado!

À Direcção:

Já sabemos que a maior parte dos elementos da Direcção já por cá passaram, deixando o seu cunho nesta Instituição, tendo, por isso, bastante “calo” associativo. No entanto, considero que, na vossa ausência (cerca de sete anos), muita coisa mudou. Mudou na Instituição, na Banda, na Sociedade em si. Por isso, novos métodos de trabalho e de orientação associativa foram se aperfeiçoando, chegando a um ponto de quase perfeição. Digo quase, pois, por muito que nos dedicamos à causa, não podemos deixar a nossa vida pessoal e profissional. Ora, não pretendendo criticar ninguém, julgo que esse ponto de quase perfeição está a deslocar-se para trás. Ou seja, métodos de trabalho estão sendo modificados, ou até excluídos, para darem lugar a métodos menos recentes, pondo quiçá em causa a sã durabilidade do trabalho desenvolvido.
Devemos ser metódicos, não “picuinhas”. Devemos ser céleres, não “aceleras”. Devemos dominar, não “espezinhar”.
Há coisas que podem ser adiadas. Outras indubitavelmente, não! E quando estas começam a ser consideradas pela Direcção como assuntos de menor importância, então algo vai mal. E se a Banda necessita de algo inadiável, é porque necessita mesmo.

(...)

Aos Amigos da FP:

Espero continuar a vê-los acompanhar a nossa Banda, nos ensaios, nos serviços religiosos, nos concertos. Só assim temos a sensação que estamos a ser “saboreados”, com esse acompanhamento e seguimento do trabalho desenvolvido. Um obrigado especial aos “resistentes” que, semana após semana, acompanham sem falta os nossos ensaios e opinam sobre o trabalho.

Um bem-haja a todos e viva a Filarmónica!

quarta-feira, agosto 22, 2007

Maestro Manuel Pleno


Faz hoje precisamente um ano que o Maestro Manuel Lindo Pleno nos deixou. Eu não queria deixar passar este dia sem recordar um pouco a sua vida e obra.

Manuel Pleno foi um homem de prestígio que sempre teve a música junto ao seu coração.

Nasceu na Pampilhosa no dia 27 de Setembro de 1936. Foi o terceiro de quatro filhos de Paulina de Melo Lindo e do sobejamente conhecido Maestro Joaquim Simões Pleno, que lhe soube transmitir o seu saber, tal como fez ao seu outro filho, o Maestro Capitão Sílvio Lindo Pleno.

Cedo iniciou os seus estudos musicais na Filarmónica Pampilhosense, dirigida então pelo seu Pai. Aos sete anos de idade já tocava caixa, substituída posteriormente pela requinta.

Teve uma infância como muitos outros da sua idade, guardando cabras e andando descalço pelos terrenos da aldeia. O Pai Joaquim deu uma educação rígida aos seus filhos, pelo que eram por vezes castigados se se portavam mal. O adolescente Manuel, nos intervalos dos ensaios da banda, costumava “namoriscar” algumas cachopas e, por vezes, reatava-se o ensaio sem a sua presença. Assim que chegava, o seu Pai, bastante irritado, batia-lhe com o que tinha à mão, no caso, com a própria batuta...

Passada a adolescência, assim que perfez os 18 anos, o Pai Joaquim Pleno alistou-o na banda de música do Regimento de Infantaria 12, em Coimbra, iniciando assim a sua carreira musical. Aos 21 anos era já Furriel-Músico, na banda de música do Regimento de Infantaria 16, em Évora, como clarinete solista. Dois anos depois é convidado para dirigir a Filarmónica de Lorvão, começando assim a sua carreira como director artístico de bandas filarmónicas civis, a par com a carreira militar.

Aos 42 anos era promovido a Sargento-mor Músico, sendo sub-chefe da Banda do Exército. Após a reforma, passa a dedicar-se inteiramente às bandas civis, bem como à composição e à formação de jovens músicos (frequentou o curso de pedagogia musical no Conservatório Nacional, em Lisboa, com os orientadores Jos Wuytack, Margarida Amaral e Verena Maschat).

Dirigia a Banda de Música de Anadia quando a Direcção da Filarmónica Pampilhosense o contactou para uma eventual substituição do velho Joaquim Pleno, então com 82 anos, corria o ano de 1990. Esta transferência foi difícil, pois o velho Pleno achava-se ainda com capacidades para continuar a regência. Contudo, a banda, a par com o seu Mestre, estava perdendo as forças, bem como a Escola de Música. Era urgente novo sangue.

Feita a “passagem da batuta”, Manuel Pleno passa a dirigir finalmente a banda da sua terra-natal, que o viu crescer para a música.

A transformação foi notória. O repertório foi sendo substituído, a Escola de Música tornou-se mais agradável para as crianças que a procuraram, enfim, um novo fôlego surgiu na Instituição com actividade ininterrupta mais antiga da freguesia.

Nessa altura, quando ingressei na Banda, encontrei um homem bem-disposto, alegre, embora altivo. Tendo conhecido a escola do velho Pleno, notei bastantes diferenças, pois Manuel Pleno conseguia incutir o desejo do estudo da música em todos nós, com actividades divertidas, enriquecedoras. Deste modo, a média de idades dos elementos da banda começou a baixar consideravelmente.

A par com a sua actividade no grupo folclórico (GEDEPA), o seu objectivo, após a estabilização da Banda, era a internacionalização desta. Tendo se deslocado algumas vezes à região francesa de Courcoury, localidade geminada com a Pampilhosa, com o GEDEPA, era seu propósito a deslocação da Filarmónica Pampilhosense a essa mesma região.

Entretanto, enquanto essa situação não se tornava viável, uma primeira longa viagem surgia, neste caso à Ilha Terceira, do arquipélago dos Açores.

Esta digressão, de 5 dias, veio estabelecer uma forte relação entre os músicos, e estes com o Maestro Manuel Pleno. Notava-se a sua alegria estampada no rosto, não só pela viagem e respectiva confraternização, mas também, e sobretudo, pelo serviço efectuado pela Banda, que espantou positivamente os Terceirenses, e não só, que assistiram ao concerto, desfile e procissão.

Via-se que era um homem feliz.

Chegou a vez da deslocação à França, o seu grande objectivo. De igual modo, a Banda proporcionou um serviço de elevado valor, que os Franceses enalteceram através da comunicação social local. O Maestro Manuel Pleno sentia um enorme orgulho da sua Banda e dos seus Músicos. A cumplicidade revelou-se sobretudo entre ele e a juventude, quando o chamava bem alto: “- Eh Manolo!?”, ao que respondia: “- Yá!”, terminando todos com o célebre: “E salta Manel, e salta Manel, olé, olé! E salta Manel, e salta Manel, olé, olé!...”

E saltava. Saltava com a alegria de uma criança rodeada de amigos! Saltava porque se sentia bem!

Infelizmente, começaram a surgir complicações, a nível pessoal e familiar, que talvez tenham gerado distúrbios ao nível da sua saúde.

Em Agosto de 2005, nova digressão ao estrangeiro, desta feita ao reino da Bélgica, para comemoração dos 222 anos da Real Filarmónica de Herdersem (Aalst). Não tão entusiasmado com a viagem, Manuel Pleno sentia-se incomodado com algo. A doença revelava-se lentamente.

Nunca perdendo a sua força de viver, continuou, na medida do possível, a orientar os destinos da Banda e da Escola de Música. Elementos da Banda substituíam-no quando fosse necessário, nunca faltando a qualquer compromisso assumido pela Direcção.

Passam alguns meses. Perdendo gradualmente as forças, eu via agora um homem magro, acabado, sem a alegria que lhe reconhecia outrora nos olhos.

O seu último concerto foi na Junça (Almeida) a 15 de Agosto do ano passado. Quis o Destino levá-lo uma semana depois, na tarde do dia 22.

O seu lugar foi ocupado por mim. Por isso, com bastante esforço e dedicação, o trabalho que desenvolvo na Filarmónica Pampilhosense é dedicado a si, sempre presente espiritualmente, para que a sua obra jamais seja esquecida!

Com saudade, termino:

– Eh Manolo!?...

segunda-feira, agosto 13, 2007

Hoje é o dia internacional do canhoto


O Direito ao Esquerdo

Por Daniel Vieira, músico, professor e canhoto
Pampilhosa (Portugal), Agosto de 2007


13 de Agosto é o dia internacional do canhoto

Uma instituição de canhotos de Topeka (Kansas, EUA), a Lefthanders International, instituiu este dia no ano de 1976 para lembrar as dificuldades diárias enfrentadas pelos canhotos. A escolha do dia é explicada de duas maneiras: 1.ª - o dia 13 calhava numa sexta-feira, sublinhando divertidamente a superstição que rodeou os esquerdinos durante anos; 2.ª - um dos fundadores da Lefthanders International faria anos nesse dia. Presumo que esta associação já não existe. Mas o dia ficou, embora que a palavra “internacional” não passe dessa condição...

É verdade. Para nós, canhotos, continua difícil esta cruzada num mundo pensado por direitos... e para direitos

Não é preciso recuar uma montanha de anos para verificar, em Portugal (e não só), a inglória tarefa de se nascer esquerdo e não ter culpa disso. Contam-se histórias de severos castigos à criança por ter escrito ou desenhado algo com a mão esquerda, aprisionando depois a dita atrás das costas para não voltar a “cometer o mesmo erro”, a chacota que tinha de suportar vinda dos seus colegas considerados “normais”, a humilhação e a eterna tristeza... enfim...

Por esta razão, poucos são os exemplos de canhotos nas gerações mais antigas. Destes, encontro quem escreva com a mão direita, mas dava tudo para poder escrever com a esquerda. A verdade é que, actualmente, ninguém o censuraria, mas a mágoa está tão fortemente instalada que já não há nada a fazer... Também há relatos de pessoas que, tendo sido obrigadas a usar a mão direita, hoje são dextras, mas demonstram outros problemas do foro neurológico, como a gaguez ou a dislexia.

Por acaso não tive essa triste sina, embora o meu professor primário tenha proposto aos meus pais para tentarem habituar-me à mão direita. Nada feito! E já era tarde demais...

Ora actualmente ser canhoto já vai sendo fácil, embora que, mesmo assim, quando começo a escrever algo junto de alguém que não me conhece (e, às vezes, de quem me conhece aos anos!), ouço por vezes a célebre expressão “Ah, é(s) canhoto?!”, ao que respondo divertidamente “Ah, pois sou! Nota-se muito?!”. Às vezes obtenho uma contra-resposta: “Sim, nota-se... bem, faz-me impressão ver uma pessoa escrever assim...”. Não ligo nada a isto, mas fico com a leve impressão que tenho algo de errado – que não tenho indubitavelmente! – . Pelo que parece, nós, canhotos, somos vistos no máximo com condescendência. Os dextros tentam levar a coisa para a brincadeira, mas lá no fundo há um sentimento de “ainda bem que não sou assim!”. Às vezes, chega a ser sádico.

Ser canhoto

O facto de se nascer ou tornar canhoto nos primeiros anos de vida explica-se como uma propensão de usar o lado direito do cérebro em detrimento do seu oposto (se bem que ambos tenham igual importância, trabalhando numa complexa rede nervosa). Ou seja, sabe-se que cada lado da nossa massa cinzenta comanda o oposto do corpo, portanto um dextro quando escreve está a ser comandado pelo lado esquerdo do cérebro (estão a ver, seus direitos, afinal o lado esquerdo comanda-vos!). Quando a tendência é usar o lado esquerdo do corpo, há o chamado “cruzamento de fibras nervosas cerebrais”. Esta é a explicação simples do facto, embora pouco mais se saiba. Sabe-se também que pode ter origem hereditária (num estudo, 46% das crianças com os pais ambos canhotos ficaram também canhotas, e só 2,1%, quando os pais eram ambos dextros) e, segundo recentes pesquisas, os fetos nascem predominantemente dextros porque o sangue que irriga o lado direito está mais oxigenado.

Resumindo, há quatro factores que influenciam um indivíduo a ser canhoto: a) hereditário; b) inato sem ser herdado (ou seja, congénito); c) aprendido; ou d) resultar de danos no cérebro – interessantes as histórias clínicas de pessoas que, com danos cerebrais, tendem a ser canhotas. Atenção: não são os canhotos que estão propensos a ter, no futuro, acidentes do foro cerebral, mas sim, qualquer pessoa dextra, ao ter estes problemas, poderá converter-se a canhota. Autismo, epilepsia, paralisia cerebral, síndrome de Down, nascimento prematuro, estrabismo e até esquizofrenia são exemplos de problemas cujos portadores são, na sua maioria, canhotos.

Há também referências a canhotos muito propensos para a arte, pois o hemisfério direito controla as vertentes artísticas, como a pintura e a música, a imaginação e a criatividade, enquanto que o lado esquerdo controla as áreas científicas, como as matemáticas, a linguagem e a escrita (eu estudei Electrónica no Secundário, mas senti a necessidade de trocar, tendo estudado Música no Superior). Este órgão máximo do nosso organismo é complexo q. b. para não percebermos patavina do seu funcionamento. A título de exemplo, comprovem vocês mesmos com este jogo simples: sentados, levantem um pouco o pé direito e façam círculos no sentido dos ponteiros do relógio. Sem parar, com a mão direita desenhem o algarismo “6” no ar. Pois é. O pé muda de direcção e não podem fazer nada quanto a isso! Entretanto, sem trocar o pé e o sentido da rotação, experimentem desenhar o “6” com a mão esquerda.

Usar uma ou outra mão é tão normal como uma pessoa nascer menino ou menina. Mas, segundo Ajuriaguerra e Diatkine, “as lesões no hemisfério direito nos esquerdinos acarretam uma sintomatologia que não é directamente comparável àquela que resulta de lesões no hemisfério esquerdo dos dextros, tanto no aspecto qualitativo como no quantitativo: a regressão é menos acentuada e há maior facilidade de recuperação".

Na realidade, os canhotos beneficiam de uma vantagem neurológica que pode ser útil em caso de lesão cerebral. A função da linguagem, nos dextros, está apenas organizada numa área relativamente restrita do seu hemisfério esquerdo. Nos canhotos, esta área ocupa uma zona bastante maior e difusa, pelo que, no caso de dano cerebral, os sintomas aparecem inicialmente mais agudos, mas após pouco tempo recuperam, sendo capazes de reorganizar a função cerebral danificada em muito menos tempo do que quando sucede semelhante ocorrência nos direitos.

Muitas vezes, os canhotos imaginam na sua mente a imagem que querem criar, passando-a depois para o papel. É tão comum entre os canhotos e talvez por isto se justifique que existam tantos canhotos nas áreas artísticas e profissões como a arquitectura. Para estudar, utilizam por vezes a técnica de memorizar as folhas de estudo como uma imagem, não memorizando tanto factos e datas. Muitas vezes safei-me com esta técnica...

Fala-se também que a evolução humana tende para o lado esquerdo, pelo que depreendo que um dia seremos todos canhotos! Para já, crê-se que cerca de 10% da população mundial seja canhota. Aplicando esta percentagem a Portugal, seremos cerca de um milhão de canhotos. Somos uma grande minoria...

Mitos, lendas e outras curiosidades

O referido atrás é apenas o relato de meros estudos e contabilidades. O que é importante realçar é que uma pessoa canhota não é mais nem menos inteligente só por esse facto que um individuo direito. Pena é que crenças e superstições continuem a habitar as mentes pobres de algumas almas! Senão vejamos: em latim sinister quer dizer esquerdo. Mas também indica demónio. Em italiano é parecido: sinistra é esquerda e toda a gente percebe o significado do português sinistro. Em romeno bongo significa canhoto e diabo. Em francês, gaucher significa canhoto, mas também pessoa desajeitada. Em Espanha um zurdo é um canhoto, e ir azurdas é ir na direcção errada. Em russo levja é um canhoto, mas também significa um traficante do mercado negro. Linkisch para os povos germânicos quer dizer desajeitado, enquanto que links designa esquerdo. Na Polónia, lewo é algo ilegal, mas também canhoto. Nos Estados Unidos, goofy é canhoto, mas também pateta. Até right significa tanto direito como certo.

Cruzes-canhoto; Fulano está a fazer-se esquerdo; ter dois pés esquerdos; um indivíduo às direitas; Sicrano fez tudo direito; sentado à direita do Pai; entrar com o pé direito; Belcrano é o braço direito de Propano, são expressões portuguesas depreciadoras do lado canhoto. Destreza, que deriva de dextro (ou destro) indica habilidade. No dicionário também se pode encontrar: canhoto, adj. e s. m. que ou aquele que se ajeita mais com a mão esquerda; esquerdo; fig. falta de habilidade; desajeitado; pop. demónio. Diz o Talmude, o livro sagrado dos judeus, que o Diabo tinha um comandante, o príncipe dos demónios, cujo nome significava "o lado esquerdo". Como isso significava o Mal, o Bem tinha de ser o lado direito e, portanto, o Diabo é canhoto, tendo baptizado os seus seguidores com a mão esquerda!

O facto de conduzirmos pelo lado direito na estrada remonta ao tempo de Napoleão. Antes dele, todos os militares (ingleses sobretudo) faziam-se transportar a cavalo pela esquerda para que pudessem utilizar a sua arma com a mão direita, num eventual ataque inimigo. Ora Napoleão Bonaparte alterou esta regra, pois era canhoto extremo, fazendo com que o seu exército se deslocasse pela direita, tal como ele. Assim, todas as nações por onde passou alteraram também essa regra, até à actualidade. Apenas alguns países mantiveram essa norma “inglesa”.

Os desportos com raquete: muitos vencedores de campeonatos de ténis foram canhotos. Os seus adversários, normalmente dextros, terão confundido as suas jogadas...

Não é só o ser humano que detém esta lateralidade, pois também é encontrada noutras espécies, em percentagens bem diferentes (50% dos ratos e todos os ursos polares são canhotos).

Em certas crenças e religiões, os seus seguidores utilizam a mão direita para se alimentar, escrever ou para cumprimentar (daí o nosso aperto de mão!), enquanto que a esquerda é para a higiene ou outras acções de pouco valor, por ser considerada a mão impura.

Até na política, ser da direita ou da esquerda tem as suas diferenças. Em certos países, a esquerda política terá sido ridicularizada durante décadas... Ser da esquerda será sinónimo de ser comunista, rebelde, contra o sistema.

No casamento católico: “...uni as vossas mãos direitas...”. Porquê as mãos direitas?... Em relação à aliança, há uma história que remonta ao tempo medieval, quando os “doutores” desse tempo acreditavam que existia uma veia, ou uma linha nervosa, que ligava directamente o dedo anelar esquerdo ao coração (que, como sabemos, está também “instalado” no lado esquerdo).

Nos tribunais. Está a cair em desuso, mas ainda há países que o fazem: colocam a mão direita sobre a Bíblia e “juram dizer a verdade, toda a verdade e só a verdade”. Credo! Jurar com a mão que menos necessito...

A predominância da mão esquerda não constitui um defeito

Se calhar até é uma virtude... Nós, canhotos, até somos mais inteligentes: imaginem a nossa adaptação aos objectos e situações pensadas para dextros. Ou a utilização da nossa mão direita em muitas tarefas, igualmente bem executadas com a mão esquerda. É ou não é um sinal de inteligência? (Bom, e de sobrevivência também...)

Sobrevivência neste mundo todo invertido

O que há em comum entre uma tesoura, uma régua e um abre-latas? Se hesitaram na resposta, é provável que sejam dextros, e, como tal, não percebam que o mundo não é feito para os canhotos. Os três objectos representam a hegemonia daqueles que têm mais habilidade com a mão direita. Ao tentar manuseá-los, nós apenas reforçamos a imagem de desastrados, a mais comum das associações negativas que costumamos provocar. No entanto, como passamos a vida a adaptarmo-nos, somos mais hábeis com o nosso lado direito do que os dextros o são com o lado esquerdo deles! De qualquer maneira, reparem nestes exemplos (todos eles são adaptáveis, por isso não julguem os dextros que somos uns infelizes!):

1. Tesoura. A lâmina inferior situa-se no lado esquerdo para que um dextro possa cortar exactamente onde deseja. Nós, canhotos, temos de observar por cima da tesoura para termos a noção por onde vamos cortar, além de ter de fazer pressão ao contrário para não esmagar o que é suposto ser cortado. Há tesouras para canhotos, mas é preciso procurá-las bem. A primeira tesoura com as lâminas invertidas surgiu na Finlândia, em 1954.

2. Régua. Como explicarei mais à frente, os canhotos desenham linhas da direita para a esquerda, logo as réguas convencionais têm a escala ao contrário. Também se adapta: uma linha com 11 cm mede-se, por exemplo, de 30 até 19 cm. Fácil... Entretanto, a fita métrica, quando manuseada por nós, fica com os números de pernas para o ar, embora isso não impeça de concluirmos as nossas tarefas com este objecto, já que a maior parte das fitas tem a escala desenhada nas duas margens.

3. Abre-latas. Feitinho só para dextros. Ainda bem que inventaram aquela argola para puxar e abrir a lata sem o recurso a este objecto quase inútil!

4. Piano. É verdade. A melodia é executada predominantemente com a mão direita. Há alguns anos, dois músicos profissionais, canhotos, Tot Taylor e Mick Bass, produziram um teclado com a escala ascendendo da direita para a esquerda – a forma natural para eles tocarem – os resultados podem ser ouvidos num disco intitulado Music for Left-Handed. Também outros instrumentos musicais revelam a sua inclinação para a direita, como a guitarra e os instrumentos da família dos metais (trompete ou trombone), salvando-se a trompa de harmonia, que não pode ser tocada com a mão direita. Os instrumentos da família das madeiras são executados com ambas as mãos, logo não descobri nada que os incline para qualquer dos lados. Em relação à batuta, que utilizo para dirigir a banda, essa comecei a manuseá-la com a mão direita, para que não atrapalhasse ninguém, incluindo os professores de Direcção (apesar de já ter tido um professor canhoto).

5. X-acto. O mecanismo de recolha da lâmina encontra-se no lado esquerdo para ser manuseado com o polegar direito. No entanto, há x-actos que possibilitam a viragem da lâmina para ser manuseado com a mão esquerda.

6. Máquina fotográfica. Não conheço todas as marcas, mas haverá alguma com o botão do disparo no lado esquerdo?

7. Caixa e cartão Multibanco. É um sacrifício inserir o cartão no lado oposto. Além disso, o cartão tem a fita magnética em cima, que, ao ser inserido na posição correcta, fica depois virada para o lado direito. Ao retirá-lo da carteira, um dextro tem o cartão na posição certa. Um canhoto, como eu, guarda o cartão de pernas para o ar. Assim tem a certeza que o cartão estará na posição certa para ser inserido. A maior parte das máquinas de tabaco e de refrigerantes também tem o moedeiro no lado errado. É a maior parte, pois já as vi com o moedeiro ao centro (mas nunca à esquerda).

8. O rato do computador. O bicho está sempre no lado direito em qualquer loja, cyber-café ou sala de informática das faculdades ou bibliotecas. Sei que há a possibilidade de trocar os botões, mas de tanto mexer nos computadores dos outros, tive de me adaptar: o meu rato encontra-se à direita. Contudo, até ganhei com isso: enquanto navego com o rato, posso escrever ao mesmo tempo. Vocês, direitos, conseguem? E se o passarem para a esquerda? Fazem alguma coisa de jeito com ele? Experimentem... Entretanto, para quem o usa à esquerda, passa a ser muito difícil aderir aos novos ratos, que contêm mais funções e são ergonómicos para a mão... direita. Há excepção: A Logitech lembrou-se dos canhotos e fabricou um rato desses para a mão esquerda. Sylvain Sauvage, da Logitech, acredita que um produto como o rato deve se adaptar ao utilizador, e não o contrário. “Sabemos que há cerca de 10% de pessoas canhotas no mundo. No entanto, quando se trata da utilização do rato, estudos indicam que apenas 2% do total prefere fazê-lo com a mão esquerda. Sendo assim, muitos canhotos estão a utilizar o rato como se fossem dextros” – explica a especialista. Neste contexto, a empresa prefere produzir produtos que possam ser manuseados por ambos, tal como um rato sem fio e com tecla de atalho no teclado que permite trocar instantaneamente de dextro para canhoto, e vice-versa, ou um teclado com o painel numeral destacável, podendo ser colocado tanto à direita como à esquerda do painel qwerty (se bem que o teclado comum tem também a numeração, abaixo das teclas “F”, que é a que eu utilizo na maior parte das vezes).

9. Livro de facturas ou outros documentos. À medida que se vão passando e retirando os documentos (também para o lado direito e com a mão direita), o “canhoto” (!) fica demasiado alto para se poder escrever com a mão esquerda. Bons livros são os que têm a união na parte superior e não na parte esquerda.

10. Cadeira com palmatória. Agora já vai havendo cadeiras com a palmatória no lado esquerdo, mas eu “vi-me grego” nos tempos de escola, sobretudo na Secundária e na Superior, pois todas as cadeiras tinham a palmatória no lado direito. Mais uma adaptação: quando possível, duas eram para mim. Uma para me sentar, e outra, colocada no meu lado esquerdo, para escrever. No auditório não era possível, pois os lugares eram fixos, e espaçosos. Não é à toa que, entre as 16 cadeiras da sala de teoria musical da Escola de Música da Filarmónica Pampilhosense, duas são esquerdas, já que eu “obriguei” a direcção a adquiri-las (são 12,5% de lugares esquerdos, mais do que a percentagem calculada de canhotos no mundo...). Entretanto, a cadeira onde me sento agora tem o mecanismo de subir ou descer instalado no lado direito...

11. Puxador de persiana. A minha casa tem sete janelas, todas com os puxadores no lado direito...

12. Os pedais dos automóveis. Se conduzem sabem do que falo. O meu melhor pé é o que menos faz...

13. Cartas de jogar. Têm o símbolo somente em dois cantos em diagonal, que fica tapado se as abrimos na mão direita para colocá-las na mesa com a mão esquerda. Por isso as cartas com o símbolo nos quatro cantos são as perfeitas, e todos podem jogar!

14. Saca-rolhas. Enrosca para a direita – movimento anti-natural para os canhotos. Acontece o mesmo com os parafusos, afiadeiras e outros objectos que têm o movimento dos ponteiros do relógio.

15. Relógio de pulso. Dar-lhe corda (ainda tenho um!) ou acertá-lo é uma fadiga.

16. Chávena de café. Não interessa muito, mas todas as que têm qualquer inscrição ou imagem apenas num dos lados da asa, só os direitos as vêem enquanto tomam café (a publicidade do café não chega até nós pela chávena!). Até as inscrições nos lápis, esferográficas e canetas estão sempre no lado direito da ponta que escreve.

17. Telefone (com fios). Poucos são os que não têm o auscultador à esquerda e o teclado à direita. Agora com o design moderno há telefones todos “na moda”, mas nunca com o teclado à esquerda... Entretanto, muitas cabines telefónicas têm uma pequena área para tirarmos notas enquanto telefonamos, no lado... direito.

18. Cinto. Os que têm algo escrito têm de ser colocados nas calças com a mão direita, senão ficariam de pernas para o ar... Por me ter sido oferecido um cinto desses há alguns anos, desde aí tornou-se um hábito a colocação de qualquer cinto com a mão direita.

19. Carcela das calças. Seja fecho ou botões, é difícil fechá-la (ou abri-la) só com a mão esquerda! Em relação ao pequeno bolsinho que existe em quase todos os jeans (óptimo para o isqueiro), esse encontra-se no lado direito. Até as calças de estilo clássico com um só bolso atrás, é sempre no lado direito que este é “instalado”.

20. Torneira. Se for só uma, ou está à direita ou ao centro. Quando há duas, supõe-se que uma é da água quente. Como esta é menos utilizada, foi empurrada para o lado esquerdo!

21. Caderno de espiral. Aqueles que têm orifícios para arquivo e picotado para retirar as folhas. Os furos estão bem onde estão, mas a espiral e o picotado deviam mudar-se para a direita!

22. Colher inclinada (usada sobretudo para bebés). Impossível utilizá-la com a mão esquerda.

23. Escada. Se tiver só um varandim, fica à direita de quem sobe. Para quem desce, fica à esquerda, mas poucos precisam de ajuda para descer...

24. Torniquete (no Metropolitano e afins). Quando há um torniquete, a máquina para inserir o bilhete está no lado direito. Se vamos distraídos, metemos o bilhete na esquerda, fazendo girar o torniquete do vizinho da esquerda!

25. Camisa. Quando tem um só bolso, está no lado esquerdo. Assim, para o dextro é fácil alcançar o seu conteúdo sem parecer um “aleijado”, que é o que iria parecer se o fizesse com o braço esquerdo. O mesmo acontece com alguns casacos com um só bolso interior.

26. Gira-discos. Ou “prato”, como se dizia quando entrei na rádio local, em 1992. Está a tornar-se obsoleto, mas ainda tenho um. O braço da agulha está numa posição muito difícil. Na rádio, então, era normal deixar cair a agulha nos discos. Pudera! Era impossível com a mão esquerda, e a desajeitada da direita é que sofria! Os leitores de cd vieram ajudar imenso (embora ache que a maior parte deles tem a tecla do play mais para a direita...).

Até num arquivador de cd’s que comprei, a entrada e saída dos ditos se faz pelo lado direito! O que fiz foi virá-lo ao contrário, ficando a marca e outras legendas para a parte inferior. Assim, quando procuro um cd, já o posso retirar para a esquerda... (às vezes imagino que passo a vida a adaptar-me a tudo!)

A escrita complica-se longo no 1.º ano do básico

E que complicação! Enquanto o meu professor ensinava a desenhar as letras, eu dava voltas à cabeça para perceber como se fazia aqueles rabiscos. Também no desenho se complicava. Enquanto que os dextros faziam linhas da esquerda para a direita e arcos ou círculos no sentido contrário aos ponteiros do relógio, eu tendia a executar os mesmos traçados na direcção oposta. Como devem calcular, os símbolos “O”, “Q” ou “0” são desenhados segundo esta realidade. Também o modo como se pega no lápis é um pouco diferente, pois entre a ponta do dito e os dedos estão cerca de 3,5 cm. Na verdade, em 1982 (quando entrei para a escola) ainda existia esse complexo, pois em todas as minhas fotografias do 1.º ciclo tenho a caneta na mão direita...

Tudo é feito para comodidade dos direitos: a escrita (ocidental) é da esquerda para a direita, os livros folheiam-se para a esquerda e até a luz natural na sala de aula está à esquerda para não criar sombras na escrita... Mas reparem, nós conseguimos ver a linha onde escrevemos, podendo ter a percepção do final da página para eventual hifenização das palavras. Nem tudo é mau...

Se os professores ou educadores não estiverem atentos, as crianças vão apanhando vícios, como a chamada “mão em gancho” ou “pata de caranguejo”, que acontece quando queremos ler o que escrevemos segundos antes, ou para não “borrar” o texto antes da sua secagem. O pulso torna-se rígido, causando fadiga. Também se torna cansativo o facto de termos de empurrar o lápis, em vez de o puxar, como fazem os dextros. Há que firmar bem o utensílio de escrita. No meu caso, e passe-se a publicidade, as canetas Bic não servem, pois racham completamente na ponta. O mesmo acontece com determinados lápis, cujos bicos estão constantemente a partir, e com o porta-minas (de 0,5 mm), que é objecto inútil para mim. A orientação da folha de papel também é importante. Esta deve estar perpendicular ao braço. Isto fará com que a caligrafia fique ligeiramente inclinada para a esquerda, mas não há nada de errado nisso. Pessoalmente, a folha onde escrevo quase faz um ângulo recto com o meu braço, para evitar a “mão em gancho”. Neste caso, as letras ficam inclinadas para a direita. Estes são defeitos que não foram solucionados a tempo, pois, detectados precocemente, são facilmente sanados. É importante que se incentive a criança canhota a utilizar a sua mão esquerda. Isso evitará futuros problemas de inferioridade ou agressividade recalcada.

No básico nunca tive uma caligrafia muita boa, mas posteriormente adquiri duas maneiras de escrever: uma para anotações pessoais, que poucos conseguiriam decifrar, pois ao pensar rápido também tenho de escrever rápido; e outra para que todos possam ler sem dificuldade.

À mesa é que há qualquer coisa errada!

Pois bem. Eu como a sopa com a colher na mão esquerda. Até aqui tudo bem. Mas quando uso faca e garfo, este vai para a mão esquerda e, claro está, a faca vai para a mão direita. Isto parece-me tão natural desde que me conheço a alimentar-me sem a ajuda da minha mãe! Por que razão os dextros dizem que este modo de estar à mesa é um “modo de direito”? Nós temos, nos nossos genes, um “aparelho” que faz com que os alimentos sejam conduzidos à boca pela mão que utilizamos mais: os dextros com a direita e os canhotos com a esquerda. Nada mais simples, e é por isso que conheço dextros que usam o garfo na mão direita. Mesmo quando pousamos a faca, mantemos o garfo na mão esquerda, enquanto que os dextros trocam-no para a direita... Algures na História, alguém (dextro, de certeza), com a mania da etiqueta, teve a infeliz ideia de achar que a maneira correcta de utilizar o talher era com o garfo à esquerda, e agora todos julgam que assim é que se está “direito” à mesa! Um estudo demonstrou que, em 100 canhotos, 98 escreviam com a esquerda, mas apenas 26 manuseavam a faca com esta mão (utilizando os dois utensílios). Mas há uma coisa que nós, canhotos, devemos evitar: sentarmo-nos à direita dos dextros, senão é só cotoveladas. Se tal não for possível, também temos de ter cuidado com o copo, senão não tardará e bebemos o vinho do vizinho da esquerda! Em casa, o meu lugar é num topo da mesa e, quando fora, procuro o topo ou o lugar mais à esquerda.

Há outras situações, minhas experiências, mas que qualquer canhoto entende:

No estudo referido atrás, 85 dos 100 canhotos consideravam-se mais desajeitados que os dextros. Realmente, isto de viver num mundo de direitos tem uma certa influência negativa em nós!

Atar o sapato. Ainda hoje me surpreendo com as voltas que dou aos atacadores...

Quando tenho uma determinada lista e estou a verificar o seu conteúdo. Normalmente, coloca-se um tick, que é um sinal parecido com a letra “v”, em frente ao nome das coisas da lista. Pois eu desenho o tick ao contrário, atrás do nome...

A minha secretária (a de madeira, pois não tenho mais nenhuma!). Tudo o que preciso está no meu lado esquerdo, tal como o telefone, o recipiente com canetas, lápis e afins, o abre-cartas, o placar de cortiça com lembretes, grande parte dos cd’s e dvd’s, as extensões de USB e corrente de 230V (muito útil para carregar as pilhas da máquina fotográfica ou do telemóvel, que normalmente também estão neste lado), o amplificador de som, o leitor de cd, a impressora, o microfone, o cesto do lixo e a própria torre do computador. No lado direito, para além do rato, apenas se acham papéis amontoados.

Cumprimento com dois beijos nas faces. Muitos canhotos, tal como eu, tendem a dar o primeiro beijo na face esquerda, o que me parece bastante natural em Portugal, mesmo para os dextros. Entretanto, relatos confirmam que em alguns países europeus (Espanha e França, por ex.) se passa precisamente o contrário: o primeiro é na direita, pondo os canhotos em circunstância de patetas, quando, inadvertidamente, tocam no nariz ou nos lábios de quem cumprimentam. Também o cumprimento com a mão direita é uma “ameaça”, mas nós, “adaptados forçados”, cumprimentamos, e muito bem, com a nossa direita (até é bom quando estamos com uma bebida na mão, nem precisamos de mudá-la para cumprimentar o amigo que vem tomar um copo connosco!).

Importa referir alguns nomes sonantes que foram, ou são, canhotos, das mais variadas áreas:

Napoleão Bonaparte (1769-1821), Bill Clinton (1946), Albert Einstein (1879-1955), Paul McCartney (1942), Alexandre, o Grande (356-323 a. C.), Pablo Picasso (1881-1973), Tom Cruise (1962), Demi Moore (1962), Martina Navratilova (1956), Charlie Chaplin (1889-1977), Jimi Hendrix (1942-1970), Ringo Starr (1940), Jerry Seinfeld (1954), Phil Collins (1951), Bruce Willis (1955), Michelangelo (1475-1564), Jack, o Estripador (o famoso serial-killer de Londres, que actuou em 1888), George Bush (1924), Ronald Reagan (1911-2004), Adolf Hitler (1889-1945), Ayrton Senna (1960-1994), Bill Gates (1955), Fidel Castro (1926), Paulo Futre (1966), Marilyn Monroe (1926-1962), Ludwig van Beethoven (1770-1827), Kurt Cobain (1967-1994), Joana d'Arc (1412-1431), Henry Ford (1863-1947), Eminem (1972), Daniel Vieira (1976) (eheh!), et al...

Leonardo da Vinci (1452-1519), igualmente canhoto, utilizou uma maneira de escrever bastante peculiar: escrevia as suas notas da direita para a esquerda, de tal forma que só se tornariam legíveis, lendo-as com a ajuda de um espelho. É a chamada “escrita em espelho”, que outros canhotos também têm a facilidade de executar, embora nem todos (eu faço-o mas a caligrafia fica duvidosa!).

Para finalizar:

Um indivíduo inventou um martelo para canhotos. Não vendeu nenhum. Porquê? Porque não havia pregos para canhotos... eh, eh...

Como disse, o nosso dia internacional é a 13 de Agosto. Se alguém estiver interessado (só canhotos!), devemos juntar uns poucos contactos numa lista, para que, no próximo ano, consigamos nos juntar e festejar convenientemente este nosso dia. Aqui fica o meu: djvieira@sapo.pt. Fico à espera dos vossos comentários.

Sites consultados:

http://minhas_ideias.blog.pt/

http://www.mundocanhoto.cjb.net/

http://www.anythingleft-handed.co.uk/

http://www.lefthandersday.com/

http://www.mundocanhoto.com/

http://pt.wikipedia.org/

sexta-feira, julho 20, 2007

As 4 Maravilhas da Mesa da Mealhada

Como sabem, fomos convidados a participar no evento, coordenado pela Câmara Municipal de Mealhada, que terá por finalidade homenagear tanto os municípios que acolhem as 7 Maravilhas de Portugal, como os 7 desportistas portugueses de todos os tempos, e também para apresentar as "4 Maravilhas da Mesa da Mealhada" (água, pão, vinho e leitão).
O evento será apresentado por José Carlos Malato (da RTP), e será iniciado pela participação da FP, com um pequeno desfile na zona do Jardim Municipal, a iniciar pelas 22 horas do próximo sábado.
O autocarro da Câmara estará à porta da nossa Sede pelas 21h15.
Eu sei que é um serviço simples e que parece que não tem importância nenhuma. Contudo, gostaria de alertar-vos para a importância do evento, pois é a sua abertura, além de que a comunicação social nacional (sobretudo TV) estará presente.
Neste contexto, gostaria que a FP estivesse na sua máxima força, independentemente de o serviço durar pouco mais ou menos de um quarto de hora.
Conversaremos melhor no ensaio.
Saudações Musicais!

segunda-feira, julho 02, 2007

Concerto no Luso

Contrariamente ao que escrevi esta madrugada, sobre os concertos no Luso, e visto que a Direcção afinal tinha conhecimento desta situação, está portanto marcado um concerto para a próxima sexta-feira, dia 6, na Alameda do Casino daquela Vila, pelas 21h30.
Este desentendimento deveu-se, presumivelmente, à existência de um único contacto, feito em Março pela Junta de Turismo de Luso-Buçaco. Não tendo dito mais nada até à data, o responsável foi contactado pelo nosso Presidente a fim de esclarecer a situação, sem êxito. Eu, e porque isto vai contra o meu método de trabalho, não achei "boa-onda" fazer um concerto sem preparação prévia, ainda mais num local onde já apresentámos o nosso repertório em Maio último. O Presidente acabou por dizer que a Banda "tem de estar preparada para tudo, como no tempo do Sr. Pleno", ao que respondi que era por isso que estes concertos em cima do joelho corriam como corriam (alguns de vocês devem saber do que falo).
Portanto, apelo à vossa boa-vontade e espírito de equipa, e estejam na FP pelas 21h, devidamente "trajados". O repertório é este (vai-se repetir algum coisa mas paciência):
1 - Euro Celebration
2 - Adios Madrid
3 - Selecção de Fados
4 - Trombone de Sonho
5 - Crazy Little...
6 - Clássicos Xutos
7 - Mestre Manuel Pleno
e o "Idioma Fronteiro, se for preciso "Encore"

Sem mais, deixo-vos as minhas SAUDAÇÕES MUSICAIS

Concertos no Luso?

Sobre o que foi ventilado neste último fim-de-semana, acerca de dois concertos já marcados pela Junta de Turismo Luso-Buçaco, apenas de referir que, até à data, nem eu nem a Direcção (pelo que me foi transmitido por elementos da mesma) sabemos do que se trata concretamente. Ou seja, a Filarmónica não foi contactada para tal fim. Por isso, qualquer serviço marcado pela mesma Junta está, neste momento, fora de questão. Entretanto, esta semana, irei, através da Direcção, contactar a dita para averiguar a situação. O ensaio NA NOSSA SEDE está marcado, e assim será realizado!

Saudações Musicais!

terça-feira, junho 19, 2007

sábado, maio 26, 2007

Repertório activo da FP

Saudações!

A pedido de "várias famílias", eis aqui a lista do repertório activo da FP:

Repertório activo (peças de concerto)

Português/

Estrangeiro

ABBA GOLD – selecção – ligeiro


ACUARELLAS SEVILLANAS – ligeiro


ADIOS MADRID – PD – clássico

P

AMERICAN PANORAMA – fantasia – ligeiro *


ANTONIN’S NEW WORLD – selecção – ligeiro


BEATLES IN CONCERT – selecção – ligeiro *


CANÇÕES QUE VOAM – selecção – ligeiro *

P

CLÁSSICOS XUTOS – rock – ligeiro – português

P

COIMBRA – fox – ligeiro

P

CRAZY LITTLE THING CALLED LOVE – ligeiro


DE CADIZ A TÂNGER – selecção – clássico

P

DESPEDIDA (marcha-concerto) – marcha – clássico

P

ECOS DE FRANÇA – marcha – clássico

P

EURO CELEBRATION – marcha – clássico


FINAL COUNTDOWN – rock – ligeiro *


HIGHLAND FANTASY – clássico *


IDIOMA FRONTEIRO – marcha – clássico

P

LATIN TRUMPETS – ligeiro *


LIFT OFF – suite – ligeiro


MESTRE MANUEL PLENO – marcha – clássico

P

MILU – sinfonia – clássico

P

PELA LEI E PELA GREI – marcha – clássico

P

PIRATES OF CARIBBEAN – clássico *


SELECÇÃO DE FADOS – selecção – ligeiro

P

SEMPER VIATOR – marcha – clássico *


THE LION KING – selecção – ligeiro


TROMBONE DE SONHO – swing – ligeiro

P

TRUMPET FIËSTA – ligeiro


TRUMPET WILD – suite – clássico


UM MERCADO PERSA – clássico

P

UM PEQUENO PASSEIO POR PORTUGAL – selecção – ligeiro

P

Repertório activo (marchas de desfile)

A FILARMÓNICA CONTINUA

A NOSSA BANDA

AS TRÊS MENINAS

BELEZAS DE PAMPILHOSA *

FILARMONIA*

O BOM AMIGO

O PRINCIPIANTE

Repertório activo (marchas solenes)

A VOZ DOS ANJOS

CAMPANHA DE CRISTANDADE*

PÃO E ROSAS

SANTA GLÓRIA*

SANTA MARINHA

VAMOS COM DEUS*

* peças a trabalhar proximamente

Guardam também tudo o que for hino (da FP, português, francês, belga, europeu, Maria da Fonte). O restante podem sff entregar-me para acondicionar devidamente no arquivo da Filarmónica.

quarta-feira, maio 23, 2007

A Orquestra Ligeira Pampilhosense

Desculpem mas não aguentei. Até porque com uma simples frase o Pedro conseguiu 16 comentários! Acho que está na altura de espicaçar a memória de alguns.

A orquestra surgiu no âmbito de uma vontade intrínseca do nosso amigo Paulo Silva, que conseguiu contagiar-nos (pelo menos a alguns) e levar-nos a integrar o projecto. Os elementos foram então convidados, uns até trocaram o instrumento habitual e adaptaram-se a outros para que a orquestra ficasse equilibrada. Lembram-se quando começámos? 24 de Setembro de 2005. Uma noite de sábado quando o pessoal começou a dizer que aos sábados era particularmente difícil por variadas razões. Mas foi o primeiro de muitos ensaios! Mais uma vez o Paulo foi bastante importante aqui, pois o repertório que começámos a ver foi quase todo trazido por ele dos Açores (que já havia sido remetido dos Estados Unidos). Convidámos entretanto o Marco Cruz para nos ajudar com o seu trombone! E que ajuda! Depois foi a vez de escolhermos o nome da orquestra! OLIFIPA, ORLIFIPA, ORLIPA, até OLP! Chegou-se à conclusão que OLPA – big band era o mais consensual. Efectuámos 29 ensaios, e, finalmente, a 9 de Abril de 2006, apresentámo-nos ao vivo no intercâmbio com os nossos amigos belgas.

Outra coisa boa que nos aconteceu foi o facto do João Simas nos ter procurado (inicialmente para aprender a tocar saxofone!) e ter sido convidado para aderir ao projecto com a sua guitarra! A coisa estava a andar pelo caminho certo… Seguiram-se mais sete concertos, todos bastante bons, especialmente o que fizemos na Casa de Chá! Fomos solicitados por algumas pessoas para ficarem com o nosso contacto (há pouco tempo fui contactado para um serviço no Cine Messias, mas tive de recusar…). Desde Outubro não mais fomos vistos…

Mas de certeza que repararam em três dos elementos! Um, dos primeiros 29 ensaios, talvez tivesse vindo a metade deles, nem isso… Depois do nosso primeiro serviço continuou a faltar imenso (e nem passou cavaco a ninguém!) Com tanta falta, presume-se que a sua vontade era pouca ou nenhuma… Os outros dois, que até compareciam bastante aos ensaios, só tinham vontade de fazer intervalo para beber ou então, especialmente um deles, chegavam as 11 e pouco da noite, dizia constantemente que já era tarde. Na verdade, poucas foram as vezes que ele saiu do bar antes da uma da manhã… É tarde para ensaiar, mas não é tarde para beber cerveja?? Além disso, na espera de uns e de outros (eu também falhei!) começava-se sempre pelas 22 horas. Intervalo de uns 10 minutos… Às 23h: “- Oh pá já chega! Já são onze e tal… Não toco mais, já desmontei o sax… :-(

(Suspiro) Por que razão isto está a acontecer? No momento que estou a escrever estas linhas tenho um CD a rodar da Big Band da Nazaré. Nem de propósito. Um projecto 100% português também surgido quase do nada… Bem poderíamos chegar a este nível… Mas há quem não se incomode…

Amigos! Aqui vai mais uma vez o apelo:

Precisamos de: um baixo eléctrico, uma guitarra e/ou um piano, mais um trombone e, se calhar mais sax! Apareçam! Ou então se conhecem alguém digam-lhes!!

E então sim: começaremos nem que seja do ZERO!

Peço desculpa mas tinha de apresentar estes meus pensamentos!

Bem-haja a todos pelo esforço!

sexta-feira, maio 11, 2007

OLPA

OLPA Where are you!!!

segunda-feira, maio 07, 2007

Saida de Domingo

Durante a missa, o ambiente era este:

quinta-feira, abril 26, 2007

O 25 de Abril!

Ontem, dia 25 de Abril de 2007 a Filarmonica Pampilhosense participou nas comemorações do 33º ano após a Revolução de Abril.
O concerto na Mealhada, apesar do frio correu bem (e verdade, quanto tocavamos o Crazy Little Thing Called Love o vento soprou mais forte e houve uma "disconecção" qualquer!).
Posto isto, o principal motivo que me levou a escrever este post não foi dizer se correu bem ou mal o concerto, pois todos têm capacidade de perceber que não foi nada mau. É sim para passar uma mensagem ao pessoal da F.P., direcciono-me principalmente à malta mais jovem. Reparei que, na altura de sair da cede e ao chegar, ninguem ajudou a levar as coisas para o autocarro! Essas coisas são as estantes, as várias caixas com os apetreixos da bateria, emfim, uma infinidade de coisas que são sempre precisas. É claro que hove sempre alguem a ajudar, tal como eu, não escrevo para melindrar ninguem. Notei foi uma conversa de dois musicos que foi um bocadinho "triste"! Passo a citar:
Na Chegada à cede, um musico que estava a ajudar a arrumar as coisas do autocarro para o palco, vira-se para outro dizendo:
- "Óh "fulano tal" vem ajudar a trazer as coisas"!
Ao que ele respondeu:
- "Eu?! Não é a mim que me pagam para fazer isso"! - E foi jogar uma partidinha de matraquilhos (que é bem mais agradável).
Ouvi aquilo, mas não disse nada, como ja disse não quero aborrecimentos com ninguem, mas acho que o comentário deste musico foi um pouco desagradavel. É certo que não lhe pagam para judar na arrumação das "tralhas", mas será que pagam a alguem para fazer isso?!...
Acho que um pouco mais de civismo ficaria melhor a certas pessoas, pois quando estamos sempre à espera de algo em troca por tudo aquilo que fazemos, não teremos muitas alegrias na vida. Digo eu!
Acho que não tenho mais nada a dizer, fica só o recadinho, e vamos tentar dar uma mãozinha em todas as saidas! ;-)
Abraços para todos!

segunda-feira, abril 23, 2007

Próximos Concertos

Saudações musicais

Antes de mais, agradeço as palavras dos comentários do último "post" do Pedro.
Apenas para lembrar dos próximos concertos agendados para 25/4 e 13/5.
Portanto no dia da Revolução estamos todos às 15h30 na Sede para arrumar o material e arrancar no autocarro da Câmara. O concerto é às 16h30 nos Paços do Concelho e tem o seguinte alinhamento: Euro Celebration, Adios Madrid, Antonin's New World, Abba Gold, Crazy Little Thing Called Love, Clássicos Xutos e Ecos de França.
No que concerne ao concerto do nosso Aniversário, estamos todos na Sede por volta das 15h. Tragam o Hino da FP. O concerto será preenchido com: Euro Celebration, Trumpet Wild, Lift Off, Crazy Little Thing Called Love, Clássicos Xutos e Mestre Manuel Pleno.
Entretanto, os próximos ensaios são de máxima importância. O ensaio geral será realizado no dia 4 de Maio, pois no dia 11 alguns músicos terão de faltar ao ensaio. Espero que apareçam, como habitualmente!
Ah, e tentem estar sentados no local de ensaio às 21h30... há quem goste de começar a horas... feitios (sabem do que estou a falar)...
Sem mais, boas notas!

segunda-feira, março 05, 2007

O novo Maestro....

Olá ppl.

Anda tudo a dormir!!!

Ninguém escreve nada. Dasss...


Mas já que ninguém escreve um tópico que dê que teclar, eu lembrei-me de uma cena.

Após alguns meses depois da entrada do novo maestro o que acham do trabalho que ele tem desenvolvido???

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Estória de partir a campânula a rir! – XIII

Pois é amigos... Eu sei que o pessoal abre o blog, olha para ele e pensa: "ninguém escreve nada..." É verdade, mas que mania... Portanto, olhem, aqui vai mais uma:

100$00

Esta passou-se já lá vão muitos anos. Mas continua um pouco actual. É uma estória de uma comissão que acha que as bandas não têm mais nada que fazer do que andar a fazer de gaiteiro pelos becos, montes e vales a fora. Lembro-me de uma vez que tivemos de ir por um carreirito, em filas de um (isso é que era uma bandona, com 40 filas!) para tocar em frente a um cemitério. Até podia ser uma boa ideia fazer uma homenagem aos falecidos, só que esse tipo de serviço faz-se com a presença dos vivos, e ali só estavam os músicos, o maestro, o director da banda (que nada têm a ver com a terra) e um elemento da comissão de festas… Bem, lá ia a velhinha FP, já fartinhos de andar para trás e para diante, quando chegam ao final do lugar… pensavam eles.

“ – Agora – diz o lazarento do festeiro – temos de ir àquela caja ali em xima!” – e apontava para uma casa edificada no cimo de um monte, a cerca de 3 km de distância. E o velho Pleno:

“ – O quê? Já viu a distância?”

“ – É que, xe num formos lá, o xenhor num dá a ejmola…” – avisa o desmiolado.

“ – E quanto é que ele ofereceu?” – indaga o velho Pleno.

“ – Xem excudos…” equivale a uns 20 euros actuais…

De repente, o Maestro saca da carteira e puxa uma nota de cem:

“ – Tome. – e, virando-se para os músicos, disse: – Meus senhores, voltemos para trás!”

E assim se safaram de mais uma canseira…