Filarmónica Pampilhosense

Filarmónica Pampilhosense
Pampilhosa - Mealhada

quinta-feira, agosto 30, 2012

Intercâmbio Portugal - Bélgica: Crónicas de uma viagem de sucesso

Partiu a Filarmónica Pampilhosense (FP) no passado dia 21 de agosto, pelas 6h00, pela segunda vez em direção a Herdersem (Bélgica), uma pequena cidade pertencente à Comuna de Aalst, Flandres Leste, onde a esperavam muitos amigos para o quarto encontro do intercâmbio (os anteriores acontecerem em 2005, 2006 e 2010), que foi, como pudemos depois verificar, dotado de grande sucesso! Esses amigos integram a congénere filarmónica Koninklijke Harmonie Concordia et Docilitas (KHCD), uma filarmónica com o título de "Real" (Koninklijke) (nem todas o podem obter) com 229 anos de idade!

A comitiva de autocarro na manhã do primeiro dia. Quatro outros membros foram de avião e cinco de carrinha

No entanto, antes de alcançar Herdersem, tempo para fazer uma visita aos amigos franceses de Courcoury, localizada no Departamento de Charente-Maritime, sudoeste de França, localidade geminada com Pampilhosa, e que nos esperavam para partilhar uma deliciosa refeição. A comitiva chegou a Courcoury pelas 22h00. O reencontro foi bastante significativo, pois a FP apenas havia estado em Courcoury em 2003 e 2005 (neste último caso, aquando da primeira passagem para Herdersem).

 A temperatura foi baixando à medida que nos afastávamos da Península Ibérica


A comitiva (faltam algumas pessoas) em Courcoury. Em baixo apenas os "homens da casa FP"

Depois das despedidas dos amigas franceses, eis que são chegados a Herdersem pelas 11h00 do dia 22. O reencontro, tal como em França, foi bastante emotivo, com abraços e beijos (três de cada vez) entre portugueses e belgas, incluindo os estreantes de ambos os lados.

A chegada à Vrije School (Escola Livre) de Herdersem, que foi o "ponto central" durante a estadia

Pelas 17h30, tempo para a FP afinar alguns acordes, num ensaio no refeitório da Escola, seguido de jantar e confraternização. Antes porém, todos os visitantes foram distribuídos pelas famílias de acolhimento.

O refeitório da Escola

O dia seguinte foi preenchido primeiramente por um concerto na cidade costeira de Blankenberge, com início pelas 11h00. No final, alguns dos espectadores, bastante satisfeitos, apresentaram as felicitações a todos os músicos, ficando alguns surpreendidos quando lhes dissemos que éramos de Portugal, pois não esperavam tal acontecimento ali, na praça central da cidade. Uma representação da comitiva dirigiu-se à Câmara local, onde um representante os recebeu, felicitando também o grupo pois «conseguia ouvir as belas melodias através da janela aberta do gabinete.»

O concerto

A Câmara de Blankenberge, poucos metros do local do concerto

A cidade costeira de Blankenberge, 85 km de Herdersem

Ao fim da tarde, a comitiva chegou à cidade de Lovendegem, onde puderam jantar e divertir-se um pouco num evento bastante importante da região, o festival Boombal. Com uma sessão de dança em roda, oportunidade para confraternização entre todos os presentes, nos vários bares e pontos de venda de produtos regionais e artigos vários.

O Boombal dá-nos as boas vindas

A aprendizagem da dança em roda, com a Mara Coelho em primeiro plano

A manhã de sexta-feira, dia 24, ficou reservada para uma visita guiada à cidade de Brugge, a 85 km de Herdersem. Os seus campos verdejantes salpicados pelo laranja da tijoleira dos edifícios marcam a paisagem. A zona central da cidade, com os seus músicos de rua, as características carroças puxadas a cavalo e os barcos cheios de turistas serpenteando os canais, apresenta-se muito aprazível.

Brugge

O almoço foi servido numa escola em Gent, uma cidade a cerca de 40 km de Herdersem. Depois do almoço, tempo para as habituais compras na "baixa" da cidade. Baixa que não é baixa, pois raramente se encontra um declive por aqueles lados!

Gent

A noite foi reservada para o ensaio geral das quatro peças a ser interpretadas por ambas as filarmónicas, no dia seguinte, em Aalst.


O sábado nasceu solarengo, embora a chuva espreitasse sempre (estávamos na Bélgica, coisa normal é a chuva!). Depois de uma manhã livre para confraternização com as famílias de acolhimento (ou para dormir depois de uma noite bastante divertida em Aalst), tempo para o almoço e um passeio de bicicleta. Pelo meio houve uma paragem no Nacionnal Brandweermuseum (Museu Nacional do Bombeiro, em Erembodegem), considerado o maior da Europa, incluindo no seu espólio várias peças raras, desde capacetes e outros acessórios a viaturas de vários pontos do mundo.



Os ciclistas e imagens no Museu Nacional do Bombeiro

Depois do regresso e de um merecido duche (o passeio foi de cerca de 18 km, distância considerada difícil por alguns, mas normal para os autóctones), a comitiva dirigiu-se a Aalst para o concerto da FP, com uma segunda parte em conjunto com a KHCD. 
O concerto foi ao ar livre, na Vredeplein (Praça da Paz). A chuva ainda espreitou no início, mas, mais uma vez, tal como no passeio da tarde, deixou de cair, tornando a noite cultural bastante agradável, com cerca de duas horas de música, perante uma assistência de cerca de 200 espectadores.

O cartaz e uma imagem do evento

A última peça da primeira parte serviu para homenagear o Maestro Manuel Pleno (1936-2006), com uma peça da sua autoria, "Despedida". O Maestro foi um dos principais impulsionadores nos primeiros dois encontros (2005 e 2006), pelo que, na apresentação da peça, foi referido que «ele não se despediu, pois encontra-se sempre presente nos nossos corações.» A interpretação da marcha-concerto emocionou muitos dos músicos e espectadores, pois sentiram a presença do "nosso" Maestro.

Maestro Manuel Pleno em Herdersem, 2005, numa imagem sempre presente, pelo seu espírito alegre e divertido

Um concerto de sucesso, por isso um brinde com o produto mais produzido no reino. Três das mais de duzentas marcas de cerveja podem ser vistas nas duas fotos!


Dinis Rego e Daniel Vieira brindam ao sucesso e mais uma rodada é colocada na mesa pelos amigos belgas!

O domingo foi reservado para o acompanhamento da Missa, na belíssima igreja de Herdersem, pelas 10h. Os cânticos interpretados foram bastante apreciados pelos presentes, incluindo pelo Sr. Padre que presidiu, mandando endereçar uma salva de palmas no final da Eucaristia. Seguidamente, tempo para o desfile em direção à Sede da KHCD, onde se procedeu à receção oficial, com a presença do Burgemeester (Presidente) da Câmara de Aalst. Os hinos português e belga foram interpretados por ambas as bandas e foram então efetuados alguns discursos, pelo Presidente da KHCD, Jan Coppens, o Presidente da Junta de Freguesia da Pampilhosa, Vítor Matos, pelo Maestro e representante da Direção da FP, Daniel Vieira e pelo Burgemeester de Aalst. Também presente esteve um representante do Governo belga, dos assuntos culturais. Na troca de lembranças, foi então revelada a lembrança que ficará perene na Sede da KHCD. A estrutura de alumínio, da autoria do pampilhosense Júlio Pimenta, é caracterizada pelos dois países aproximados pela Música e pela Amizade entre dois povos de idiomas tão diferentes e separados por 1904 km.

A Igreja de Nossa Senhora da Assunção, em Herdersem

A peça oferecida

Da esquerda para a direita, os representantes da Direção da FP (Sérgio Vieira e Daniel Vieira) e da KHCD (Jan Coppens e o Maestro Andy Dhondt), junto do Burgemeester de Aalst (à direita na foto). Na parede a estrutura em alumínio.

O desfile continuou depois para a Escola, onde foi servido o almoço a todos os participantes e acompanhantes. Entretanto, antes do almoço, tempo para as fotos da praxe.


Filarmónicas gémeas mais uma vez reunidas em Herdersem

A foto "oficial" da FP, envergando os típicos "chapéus reais"

A tarde de domingo foi preenchida por um jogo de futebol de salão, colocando frente-a-frente as seleções da Bélgica e de Portugal, com a interpretação, mais uma vez, dos respetivos hinos nacionais, agora em gravação de áudio.
O jogo começou com "dual-football", com os jogadores ligados pela cinta dois a dois, o que divertiu imenso toda a plateia e participantes. Depois, iniciou-se o jogo oficial.

As duas equipas perfilando-se para a "tribuna"

O jogo estava já no final, quando ocorre um acidente, envolvendo dois jogadores, um de cada país, que foi um tanto desagradável para o participante belga, o nosso amigo Willam-Jan Coppens, que ficou um pouco "estragado" do pé esquerdo, num confronto com o nosso Sílvio Gomes. No entanto, já está em recuperação, pelo que agora só resta ter paciência!

O WJ está bem, como se mostra na foto interior em baixo

Ainda no chão, disse ele: «Ao menos ganhámos!!» Sim, o jogo terminou com um 4-3 favorável à equipa da casa!

De regresso ao "ponto central", foi apresentado, durante o jantar, o "Vinho do Intercâmbio", que era, nada mais, nada menos, que o vinho que foi encomendado ao nosso colaborador Eduardo Manaia, agora devidamente engarrafado, com direito a rótulo especial! A nomenclatura "Santuário" deriva do batismo de outro nosso colaborador, o Francisco Santos, à adega onde o Sr. Manaia produz o vinho, juntamente com o seu cunhado, João Gomes, também colaborador da FP.



A noite foi animada por dois grupos musicais, nos quais integravam alguns elementos da banda belga.



No último dia, houve ainda tempo para uma deslocação a Wieze para uma visita à fábrica de chocolate Callebaut, de cuja área de fabricação não pudemos obter qualquer imagem. Apresenta-se no entanto as seguintes imagens, a primeira na belíssima receção, com direito a pequeno almoço. Rudy Bruyland (à direita), é um dos responsáveis da fábrica e, também, membro da KHCD. Fomos depois brindados à saída com uma lembrança constituída por vários produtos fabricados na unidade.

Receção na fábrica Barry Callebaut

Um dos nossos acompanhantes, Rafael Miranda, indica a entrada da empresa

Chegada a "terrível" hora da despedida, tempo para os últimos abraços, sempre com um "até breve" nos lábios sorridentes, de ternura, de amizade e de MÚSICA! Antes ainda, as últimas despedidas "formais", com a oferta a cada português de uma pequena clave de sol e de um quadro assinado por todos os amigos belgas.




As despedidas, nem sempre assim tão emotivas, como parece ser com a brincadeira com o amigo Levi (à direita de azul)!

O regresso foi sem sobressaltos (como o foi a ida), graças ao profissionalismo dos motoristas da empresa BusVouga, Senhores Barreto, José Luís e Valter. Portugal surge lentamente, com a saudade já a corroer o peito, mas sempre com a certeza que o "até breve" será cumprido, seja em Portugal, Bélgica ou qualquer outro lado!




TOT ZIENS, VRIENDEN!



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