

Bem faço esta pergunta porque no verão passado, num final de tarde de sábado, os “Dixie kool Gang” estiveram a actuar no luso, mais propriamente na alameda do casino. E como normalmente acontece por cá neste tipo de iniciativas, pouca gente apareceu, o público era pouco e essencialmente constituído por pessoas que por ali passavam e continuavam a passar, poucas foram as pessoas que efectivamente estavam interessadas no concerto. Como é natural isto tem sempre influência nos músicos e de certa forma acaba por os desmotivar.
Mas qual não é o meu espanto que numa pequena pesquisa pelo “Google” encontro esta foto.
Ao pesquisar a sua origem percebi que era de um turista Irlandês que estava de visita a Portugal na altura. No seu blog escreveu um post que descreve a sua passagem por Portugal, e ilustra-a com excelentes fotos, podemos ler que ele gostou bastante aqui da nossa Mata do Buçaco entre outras coisas, (fica aqui o link), e na sua passagem pelo luso faz então uma pequena referência ao Dixie Kool Gang que actuavam quando ele passeava pela alameda.
Esta referência resigna-se basicamente a uma foto, mas com isto apenas quero lembrar que por vezes desvalorizamos actuações devido ao público desinteressado ou menos numeroso, mas a verdade é que em qual quer lugar, pode ser só um a assistir, ou só um interessado, mas temos de ter a fasquia bem alta, pois só assim se consegue deixar uma boa imagem. Desta vez foi um designer e fotografo Irlandês, mas em outras ocasiões certamente estiveram a assistir músicos ou pessoas que gostam de música e são essas no meio das outras que valorizam o nosso trabalho.
Abraço…
(1936-2006)
Dois anos de saudade
O Mestre Manuel Pleno deixou-nos há precisamente dois anos. Desaparecimento que a doença, inexorável, a todos nós fez sofrer de mágoa.
Embora que um nó na garganta se sinta quando recordamos pessoas que nos são queridas, quero recordar o meu Mestre enquanto vivo.
Sensível, amigo, austero, brincalhão, profissional, assim eu conheci o Sr. Manuel. Desde que entrei na escola de música da FP até ao fim dos seus dias, consegui conviver bastas vezes com ele. Desde as suas brincadeiras durante as aulas até aos seríssimos diálogos que tivemos, tudo o que pude aprender com ele guardo comigo. E o que aprendi não foi só a Arte Divina. Valores como a Amizade, Cidadania, Respeito ou Abnegação foram tidos em conta no tempo em que foi director da banda e da Escola de Música.
Ao escrever estas linhas, ocorre-me à lembrança o concerto derradeiro, em Junça, a 15 de Agosto de 2006… Acabado, agastado, derrotado, no entanto, a Música estava no seu imo… como estará sempre no de todos nós que o conhecemos…
Recordá-lo-ei sempre que possa. E farei com que todos os músicos que tiveram a felicidade de conviver com ele jamais se esqueçam o quão Bom ele foi para todos. E aos que ingressarão futuramente nas fileiras da nossa Filarmónica, a esses darei a conhecer o Homem de valores intrínsecos que conheci e a quem devo uma boa parte da minha Educação Cívica.
E porque um bom exemplo é para se seguir, muito do que aprendi então ponho agora em prática perante os jovens que, felizmente, frequentam a Escola e integram a Filarmónica Pampilhosense. Assim, daremos continuidade à Obra deixada pelo Mestre Manuel Pleno.
Carpent tua poma nepotes.
Descanse em paz.