Estórias de partir a campânula a rir! – III

Saco camaleão

Quando fomos em 2000, aqueles três dias para a Junça, a malta ficou instalada numa pensão em Vilar Formoso. No final do primeiro dia o Manel Cainelas queria pernoitar em Vale da Mula ou por aí perto, em casa de uns conhecidos. Então toca de ir buscar o seu saco, que estava junto com todos os nossos, na bagageira do autocarro. Chega lá, farta-se de procurar a pôrra do saco, e o catano não se revela ao coitado do dono, já irritado com a situação, para além de que já estava a fazer-se tarde… O Manuel Pleno e outros colegas nossos perguntaram-lhe de que cor era o saco, ao que ele respondeu que o saco era vermelho! Tudo com o cu no ar à procura do saquinho encarnado e nada!

“ – É este?” “ – Não.” “ – É este?” “ – Não!”

“ – Caraças, pá! – disse o Manelão a roer a unha – já me espiparam o saco!” E pronto, o Manelão desistiu de ir, pois até que a boleia dele bazou.

Entretanto, tirámos todos os nossos sacos para ir para a pensão, e sobra um. Pois, o do Manelão, só que o sacão do Manelão era… verde! Bem, até tinha um risquito vermelho, mas fazer da parte o todo… calma aí! Entretanto, nomeámo-lo detentor da… camisola amarela: o mais pinguço da jornada!

No dia seguinte, dedicou-se-lhe umas quadrazinhas:

Cá temos outra vez

O nosso amigo Cainelas

Que é coleccionador talvez

De camisolas amarelas.

(…)

Com o seu saquinho encarnado

Parecendo um turista

Logo fica engasgado

De comer o seu alpista.

Mas o saco era incolor

Era tipo camaleão

Nem acertou na cor

Da pega da mão!

Se juntasse o amarelo

Às cores do seu bornal

Formaria com muito zelo

A Bandeira Nacional!

(Sílvio Pleno)